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sexta-feira, 1 de julho de 2016

Camisa de Cetim

Camisa de Cetim

Hoje deitei-te numa almofada de penas brancas, abraçadas por um tecido acetinado e um lençol que te fez repousar e sentir em meus braços.
Surreal olhar-te naquela camisa de cetim acastanhado, ver que os teus botões róseos estalavam e quebravam a monotonia dos meus sentidos.
Foi hoje que te peguei na floresta virgem, onde os duendes sorriam e cantarolavam quadras de amor.
Quantas evidências em simultâneo, quantas vagas eu vi e quis mergulhar, quantos véus translúcidos eu retirei do teu corpo, olhei-te só uma vez e foi eterna…
Em quantas ondas do mar eu te vi sereia, quanta areia eu pisei em teu deserto... Tu deitada num lençol em sono profundo e eu… Ao alto contigo hipnotizado.
Hoje não estava só e tu não estavas para comigo, dormias e o ondular era belo.
Imaginei várias vezes a fusão entre o homem e a mulher, nada nos separava e tudo era distante!
Foi hoje que a lua se fez luar, que o sol se foi deitar… E eu…
Eu iluminei mil tentações, desapertei uma camisa de cetim acastanhado, deitei-me contigo lado a lado… Hoje peguei-te na floresta virgem e levei-te ao paraíso por mim imaginado!
Hoje sonhei que estive contigo… Uma noite… Um dia de sol…
Uma cama, camisa de cetim acastanhado e um lençol…
Acordei! Estavas lá assim vestida… De cetim acastanhado, mesmo a meu lado! Fizemos amor, depois de acordado!


José Alberto Sá

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