Poesia
É impossível não
sentir a humidade, o meu coração acelera perante tal subtileza, perante a
evocação e a estratégia de um louco amor… Transpiro pelos poros da minha pele,
remetendo-me a um silêncio sussurrante, onde o eco são as palavras que escrevo…
Amo escrever poesia.
Encontro-me numa
constante frequência e absurdo vício de grandes êxtases, onde solto suaves ais
sentidos.
Em cada palavra uma
porta se abre, o mundo é a passagem obrigatória, eu entro e saio completo… Pois
completa é a ousadia que inaugura cada poema, esta ousadia em perfumados
sentires, em mares de mesclas maresias, em ventos frios que me eriçam a pele,
em apertadas expressões onde a pele se aviva e se mostra rubra… Tom avermelhado
de uns lábios que soletram cada palavra escrita.
É impossível não
sentir a humidade, graças a um deus que imagino perfeito, defensor do erotismo
que emprego em cada letra, não existe tabu, não existe medo, sempre me cubro de
amor… Sempre nu, numa nudez que revela as gretas, os vales, os socalcos, as
serras, as águas, o ar, o fogo e o amor… É impossível não sentir a humidade,
num beijo dado por mim, poético, frenético e aplaudido de pé, após o levantar
de uma batalha amorosa com as palavras escritas em poesia.
A minha poesia!
José Alberto Sá
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