como seria, se eu não chorasse
mais uma vez os aborrecimentos saciam
a dor e a ausência da fonte do amor.
foge-me o pestanejar, bloqueado pelas
lágrimas que indicam nuances e sensações de frio… Este arrepiar que exalta e
apaga o meu olhar.
oh! como seria possível viver de
olhos abertos, sem te ver.
oh! como seria desejar o chão onde me
encontro e não te ter.
mais uma vez me afogo nas pálpebras pesadas,
pela carne, pela fonte que não bebo.
foge-me o olhar sem brilho, sem
inspiração, sem mistérios por conhecer, somente o próprio amor imortal.
oh! como seria poder ensinar-te as
lágrimas que choro.
oh! como seria abraçar-te e pelo teu
pescoço olhar a lágrima que escorre devagar.
mais uma vez olho o chão, qual
Narciso, na esperança que flutues na água da minha vontade.
mais uma vez… talvez muitas mais.
os meus olhos não secam, por ti… oh!
como seria, se eu não chorasse.
José Alberto Sá
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