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terça-feira, 28 de abril de 2015

Sem a flor na seara…

Os olhos se humedecem na saudade e o trigo não nasce…
Na verdade é o sentir humedecido, é a esperança, que nesta seara alguém me acene e desabroche como alguém que alcança.
Sejas flor… E eu vou-te buscar…
Lindo é o campo, lindo é o encanto… Meu amor, minha seara…
Diz-me porque te sinto nua? Diz-me o porquê? Qual a razão? Deste vento que me sopra solidão!
Sejas flor… E ao relento somos os dois um respirar…
Os olhos se humedecem na saudade, no momento em que o aroma não me chega…
E a terra que rego com as lágrimas, é a entranha que desejo ver gritar, é a saudade de te ver nascer comigo…
Neste amor que aos meus olhos te choram e chamam, é saudade, é a verdade de um coração…
Sejas flor… E a primavera será o que era…
Os olhos se humedecem na saudade, nesse campo, nessa seara, onde a saudade é forte, é vontade de reclamar a sorte e ser feliz numa seara sem vaidade… Sejas… Sejas o que desejas…
Sejas flor… E eu vou-te buscar… E amar… Amar… Amar…
Os olhos se humedecem sem vergonha… E quando a cigarra canta, quando o piano da minha imaginação tecla… Olho a seara e na vastidão desta minha solidão… Danço com amor, para que sinta ainda mais vontade, de te ver nascer numa flor.
Sejas… Eu sou…
Vem… Eu vou…
E a seara florida, será cantiga de quem te sonhou…


José Alberto Sá

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