Quando
surge o amor
Surgiu
a cor amarela por entre os dedos, numa mistura com o carmim que quis ver plantado,
quiseram ambas nascer nessa terra feita de carne, onde a raiz já se espalhou… E
me fez acontecer…
Surgiu
a tonalidade por entre os lábios que se quiseram ocultar, deixando penetrar as
entranhas das palavras que não dissemos…
Surgiu
um sol que deixava esquecer uma lua já possuída, os braços que nessa noite
foram sal num mar de amor, onde as areias se misturaram nos corpos nus da água
cristalina…
Surgiu
o silêncio em poses sensuais… Gemidos anormais que se misturaram na maresia,
senti os soluços de translúcido fervor… Tremias… Tremias meu amor…
O
vento também surgiu quando a pele se arrepiou e ambos nos confundimos com a
praia molhada… As mãos arremessavam a saia e provocavam o tempo de cor amarela…
Surgiu
o frio que sempre tenho no momento final… O estremecer da semente que louca se
faz penetrar na terra que me quer levar… Amo o surgir de um ventre puro com
cheiro a mar… Um ventre macio e aveludado, que me faça sonhar através de uma
janela virada para um horizonte, onde a luz se esquece e o sol floresce numa
cor amarela…
José
Alberto Sá
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