Onde ecoam os dentes
Procuro
nos teus pés o princípio do caminho… E ao olhar-te através das penas, como se
fosses a fénix que imagino, mastigo a saliva que me cresce na boca.
Ao
olhar-te pelas linhas curvas de um corpo macio, mastigo nos dentes a semente
que a íris devora.
E
esta minha cavidade vermelha, tem sede da fervente imaginação que mastigo sem
soluçar… Queria beijar-te desde aí…
Pelos
pés, entre cada dedo feminino, pelo caminho dos gemidos provocados pelas
cócegas da minha imaginação vermelha…
Vermelha
é a cor de cada pedaço que castigo… Apertado é o escorregadio labirinto já
humedecido pela boca que te degusta na imaginação… És cada pétala da flor que
trago imaginada no meu pedaço... Pois meu é cada pé que agarro e me faz trepar
por aí… Pelas vontades do néctar de uma voz com lábios vermelhos, aqueles que
deslizam para se casarem com algo semelhante… Pois semelhante é a gémea palavra
que digo por entre pernas que se cruzam e me apertam pela cintura. A aliança
perfeita.
Procuro
somente em ti, começando pelos pés, para terminar no timbre de uma saliência
onde os dentes ecoam… Procuro o que imagino ter… Não desisto até… Encontrar…
José
Alberto Sá
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