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sexta-feira, 2 de janeiro de 2015

Contas do meu país

Contas do meu país

Perco-me nas contas de somar… Somo e nada ganho…
Ganhar para pagar já não é resultado da soma…É uma subtracção constante.
Já não vale a pena, se tudo vale e eu não consigo agarrar…
Escorregadio é a conta, a parcela onde estás inserida… Tu, menina de papel sem preço…
Não sei contar e não mereço…

Escapasse-me das mãos, a soma de uma conta que não sei fazer…
Os números se misturam para me verem irritado.
Matemática incapaz de entrar… Entrar dentro do arreliado ser… Eu e a minha conta…
Eu penso… Um mais um… São dois… Mas o resultado é muito mais…
Muito mais… Muito mais… Infinito…

Já conto pelos dedos e calosamente sinto… Calos e mente…
Se mente, a conta sai errada… Os calos sabem do que falo…
São o resultado de um mundo em que as parcelas não são iguais…
Já não vale a pena…
Somo e a conta dá negativo!... Sinto-me como uma subtração inquieta, impossível, o resto, é um resultado quase possível… Para alguns…
Esses alguns que quase se seguram de pé… Os deitados no chão…

Já não vale a pena… Vou parar de somar… De ser o pensar da conta… Dessa conta que já não vale a pena…
A conta que me faz transpirar… Não é a de somar… É a que nos leva a sumir… Sumir pelas contas da vida, contas que o pobre diz… Que já não vale a pena… Contar contas de sumir… Contas do meu país.

Já não vale a pena… Contar… Contar… Contar…
Sumir é o resultado de uma conta que dizem estar correta.
Dizem os que governam e dizem ser o fruto desde a sua raiz…
A meta… É Sumir para somar e nos ensinar… A contar no meu país.


José Alberto Sá

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