O
resto deste… Outro aí vem
Para
trás fica o tempo e a saudade daqueles momentos que não aproveitei.
Não
é saudade das estradas que se rasgaram em conversas de rua…
É
das interrogações às quais não obtive resposta… Tenho consciência da carga
sádica de algumas palavras, onde se notou a mistura de vontades.
O
erotismo é fogo-de-artifício que rasga o céu… Sonhos de fogo que explodem de um
corpo igual ao meu…
Tantas
vezes cruzei as pernas para conter o quente interior, por querer algo mais… Sem
dúvida que para trás fica o tempo, aquele tempo que não mostras-te nem vieste…
O recusar da hipótese do meu existir.
Olho
em frente, deixando para trás o que tantas vezes apalpei… Respirei… Esmaguei no
meu coração… Sempre a interrogação, sem resposta.
Para
trás fica o tempo e o desafio que atirei sobre a luz de alguém… O meu olhar…
Para trás fica o resto daquela parte que não quero levar…
Na
frente o dia sorri, como se fosse uma contemplação feminina… Amo essa parte que
não se desprega de mim…
Para
trás fica o que na frente não levo, o caminho é o erguer da cortina, onde tatuarei
imensas interrogações, na esperança de uma resposta, mesmo que vaga, mas
tatuada em mim.
Para
trás deixarei o copular da saudade, levarei o órgão genital a sentir o tempo
que aí vem… Eu sou da espécie humana, dotado desta natureza que luta numa
frente anatómica… Sou moderno…
Para
trás deixo o que meu coração memorizou… Elogio a memória deste meu ser, elogio
as entranhas que me respeitam… Não levo agonia… Quero carne viva, que saiba
responder… As interrogações serão bordel em momentos que quero viver
completamente e com urgência… Para trás fica… Eu vou se me levarem até aí...
José
Alberto Sá
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