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domingo, 23 de novembro de 2014

Por entre as nuvens

Por entre as nuvens

As nuvens carregaram em tons brancos, a melodia do momento, porque eras tu que as pintavas, com esse carregado olhar de algodão doce.
Se eu pudesse e se tudo fosse… Abraçava.
Abraçava os teus olhos que se evaporaram para se diluir naquele céu, naquele doce sentir penetrante igual ao meu… Pois meu era o azul, a cor celeste que as nuvens levavam, gritando o teu nome, teu querer, teu sorriso num transbordar de amor…
Se eu pudesse e se tudo fosse… Eu te amava.
Amava os teus olhos que me penetraram e eu não consegui dizer que não… Agora tenho-te dentro de mim, como o céu tem as estrelas… Imponentes, altivas, eu amo as estrelas dessa tua íris, dessa tua boca que grita nua sem nada dizer, mas completa de desejo…
E as nuvens carregaram até mim, aquela chuva miudinha que molha devagar, mas intensa e provocante em humidade…
Se eu pudesse e se tudo fosse… Eu te roubava.
Roubava esses teus olhos que chamaram para que eu os tocasse, para que eu tocasse o teu corpo, tua pele… Quis-te dizer que eras o universo no meu olhar… Eu senti por entre as nuvens pintadas por ti, que também me querias roubar… Nem que fosse um breve momento
Que mesmo num dia cinzento… Fossemos o sol unido e presente…
Os teus olhos gritaram vontades, teu corpo me chamou... E nesse chamar de verdade, nesse olhar docemente, o amor nunca mente… O teu olhar quer… O meu olhar sente.


José Alberto Sá

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