Uma
vez somente
Uma
vez somente e deu-me vontade de subir, até à torre onde estavas de penugem
macia, sedenta de mim.
Uma
vez somente e quis subir até encontrar os olhos mais lindos, mais puros, pois
os meus se sentiram hipnotizados pela íris de uma flor cintilante… Vi que me
querias… Aí em cima…
Uma
vez somente e tentei subir até te encontrar sorridente, pelas vontades gémeas
das minhas loucuras… Subi querendo sentir o vento que vinha da tua boca… Um
hálito fresco onde o mentol se embriagou com a vontade do meu salivar, húmido e
capaz de saborear o mel da nossa possibilidade… Um beijo ardente.
Uma
vez somente…
E
no cimo da torre entre o nosso olhar, estava a vontade de voar… Os narizes se
roçaram… Os lábios se abraçaram durante a vontade de descer, qual torre
medieval, onde a rainha de coroa de ouro, descia comigo até ao tesouro…
Uma
vez somente… E voamos… Já nada me importa… Estou feliz, consegui eternizar a
sensação de deixar correr a minha mão e tatuar-te em mim… Voar… Sobre cada
relevo… Sobre tuas asas… Penugem macia, sedenta de um sim… Qual torre que
recebe a primeira flecha do inimigo e reage…
Que
sente ao voar sobre as muralhas do desejo, a dor de uma flecha penetrada…
Uma
vez somente… Torre sagrada, que me viste subir até ao cimo do amor… Uma vez
somente… Subi, para descer numa simbiose perfeita do amar… Uma vez somente e
voei contigo nesta viagem medieval, onde te senti rainha… Mulher de olhos
doces… Mulher fatal… Uma vez somente… Somente porque nada mais… Me pediste… E
ainda te espero…
José
Alberto Sá
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