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terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Viver a cor em dias cinzentos

Viver a cor em dias cinzentos

Hoje acordei para viver na imensidão do amor,
pés no chão e um sorriso ao amanhecer
Devagar… Uma luz entrava em meu coração,
uma luz em minha mão que silenciou o reflexo dos meus olhos
Um silêncio perfumado, silêncio misturado com a música sentida,
nas vozes que lá fora, se misturavam com o meu imaginar
… Levitei num sonho misturado nas liras do vento

Hoje fiquei sentado na beira da cama, quis sentir a luz aparecer
Devagar…
Muito devagar, para dançar ao deslizar os pés no chão…
Ao ritmo do silêncio louvado, em mim penetrado… A luz,
Que ao som do meu pensamento, vivia na exactidão do tempo

As liras lá fora, suspiravam num bailado de ondulações,
tudo sentido num céu por mim imaginado
… Abri os olhos… Momento sagrado
Consegui baloiçar no timbre que entrava pela fresta da persiana,
louvado seja aquele momento
Sentado… Rezei a olhar a renda da cortina iluminada
Imaginei como seria belo ver os anjos a dançar… Lá fora
Pois lá fora as liras continuavam a tocar

Calcei os chinelos feitos de algodão, fui correr a persiana,
para que pudesse abraçar todo aquele esplendor
… E ao abrir
Consegui sorrir… Lá fora…
Chovia intensamente e o cinzento do tempo abafava o calor
As liras não existiam, o sol não se mostrava para mim
Os anjos… Os anjos… Nada…
… Somente eu
Sentei-me novamente na beira da cama… Olhei o chão
Fiz silêncio para que pudesse sentir o meu coração

E lá fora… Tudo começou de novo…
As liras continuaram e o sol novamente penetrou

Hoje acordei com este sonho como se fosse uma criança
Hoje sentado na beira da cama… Senti esperança
Numa vida de amor… Vivida no meu interior
Mesmo que do lado de fora o dia estivesse cinzento
Hoje amei e me senti amado… Na vida e no pensamento
Amei toda a música que me iluminou com sua cor…
Num dia cinzento… Mas carregado de amor

Lá fora os anjos… Ainda dançam


José Alberto Sá

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