Uma
carta á saudade
Li
algumas palavras que disseste em tempos e hoje recordei-as, por viverem comigo.
Tive
receio de as perder… Usei as algemas da minha vontade… Fechei-as em meu
coração.
Comigo
foi o momento entre o antes e o depois
Entre
a ausência e a tua chegada… Quando falamos os dois.
Tentei
perceber o que lia de teus lábios… Esses dentes marfim que me sorriam.
O
sorriso branco que soltava as amorosas criaturas que me invadiam.
Por
vezes essa invasão é o princípio e o fim da história… mas…
Por
vezes somente iniciamos… Depois esqueço tudo em redor… Somente existes tu.
Nos
beijos a sensação é arrepio… Pêlos erectos… Pele de poros abertos.
Tão
aberto que o ar é frio em meu corpo… O suor de ambos sufoca a leitura do teu
corpo.
E
ambos lemos o mesmo livro… Na partilha do mesmo ai… Do mesmo gemido
Por
vezes desejo sentir a cada segundo a fresca sensação da leitura.
E
como hoje me lembrei de ti… Quis ler novamente as palavras do teu corpo.
Sempre
me lembro de ti… Olho várias vezes a porta… Essa porta fechada por uma chave,
que tento encontrar nas palavras do teu livro.
Quero
que saibas…
Quando
vieres até mim, conhecerás o pulsar de cada palavra… Pedirei que abras a luz, o
sangue que escorre como lágrimas pelas linhas não do meu livro, mas de um rosto
escrito de saudade.
Preciso
da tua chave… Somente vivo enquanto o tempo conta… E na minha conta, existe a
soma de um mais um.
Tu
e eu.
José
Alberto Sá
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