Mais além
Mais além… Descanso
a minha voz deste barulho infernal
Deste pecado
vocal, a minha vibração
Descanso o
meu testamento
Um templo de
voz, que fala de coração
Como vos
falam as horas que passam… Mais além, o tempo
Silêncio…
Vou descansar na vulva que não me fala
Adestrar o
animal do pecado que me leva a acreditar
O único
motivo que me leva ao silêncio que não cala
Porque a voz
e o amor… Ambos aceitam e querem falar
Mais além… Vou
descansar a voz pela contradição
Sem medo de
dizer o que não quero… Ou quero
Pois vivo
nas trilhas perigosas do meu chão
Pé na pedra
de um falso abismo… Mais além, o desespero
Por vezes em
descanso imagino o mais além do beijo
Querer ser
normal num amor que me foge
E no
deslizar não consigo agarrar a noite fria sem desejo
A nudez de
um corpo doce… O mais além que quero hoje
Vou
descansar dos sentimentos mais além
Colocar o
pensamento e a voz em tudo que vi
Assim
descanso do caos e desalinho de quem não vem
E assim
serei o imbecil rapaz que vive em ti
Mais além descanso…
Para sentir a chama inconformada
Um gozo que
salta de uma pele que não sinto
Que vive
dizendo em lágrimas, que de meus olhos é apaixonada
Descanso…
Para olhar por baixo da saia do desejo que pinto
Sentir o
beijo… E meter a língua molhada
Quero
descansar
Mais além…
José Alberto
Sá
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