Lembro…
Lembro o
tempo que não esqueço
Nem sei
como, ou quando, mas penso por aí
Não consigo
esquecer as palavras que não dissemos
Saudades de
ouvir os sussurros que querias soltar
Um dia chego
lá… Mereço
Sair pela
manhã e sentir o que não vi
Caminhar pelo
silêncio da tua voz, sílabas que não temos
E na saudade
sentir os olhos inertes por te amar
Lembro o
tempo sem horas, sem ponteiros
O desfrutar
de sorrisos, desabafos sem rosto, mas sentidos
Sim…
Sentidos como se sente a rua por onde passas
A canção que
me fizeste ouvir
Sim… Lembro
o ondular de cor pastel do teu olhar
Nem sei
como, mas fomos os primeiros,
a sentir a
paixão sem gemidos
Sim… Lembro
como conseguimos juntar duas taças
E beber do
pólen que se fez mel em teu sorrir
Os tacões
dos teus sapatos que se sentiam descalços
As pedras
frias do tempo sozinho que pisei
Lembro… O
rumo que quiseste dar ao teu silêncio doloroso
Parede
pintada pela cal branca,
onde se vê a
sombra da lágrima que te cai
Não penso,
que penso que sei, mas sinto a mudez
Vacilo
pensando sem pensar… Sou teimoso
Lembro a
vontade que é tanta,
lembrança do
perfume teu, que de mim não sai
Momentos,
tempos e pensamentos, vestidos sem roupa
O amor,
oferecido por Deus… Amado cristo
Na lembrança
que me dói e é louca
Lembro… A
minha… A tua nudez
José Alberto
Sá
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