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terça-feira, 28 de maio de 2013

Um rosto

Um rosto

Um rosto que me olhava
E me fazia adivinhar
Ter medo, ter frio… Ou desejo
Olhar a ilusão que me levava
E me fazia pular
Erguer a digna vontade de um beijo

Um rosto que me iluminava
Luz radiante, cor de romance
Consciente do orgasmo do olhar
Tudo raiava
Tudo era um doce ao meu alcance
Fez-me adivinhar

Um rosto, um sorriso, uma luz
Anatomia do amor
No peito uma cruz
Repousava nas pétalas da flor
Um rosto, um decote expressivo
Bizarro era o que sentia na entranha
Uma vontade tamanha
Que em arte era decisivo

Um rosto, um decote e muito mais
Censura…
A minha visão pelos contornos da candura
O céu dos pardais

Um rosto que fez surgir do nada
Algo jamais visto
E parada
Fez erguer o já previsto
Um rosto que me olhou
E me levou


José Alberto Sá

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