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sexta-feira, 19 de abril de 2013

Na minha sala


Na minha sala

Respiravamos na mesma sala
Teto azul, candeeiro de estrelas
Paredes enevoadas pelo gemido que estala
Ranhuras húmidas, como no mar as caravelas
Rasgava o corpo com um beijo
Rasgava o corpo, unhas de gel
Rasgava o corpo, imenso desejo
Rasgava o corpo, escorridos de mel
Respiravamos…
Ou…
Assim imaginava!
Amavamos…
Ou…
Assim te penetrava!
Talvez em sonho, talvez não
Teto azul, onde o sol aparecia
Paredes brancas de um corpo sensação
Ranhuras húmidas… Rasgava e gemia
Rasgava o corpo, num abraço apertado
Rasgava o corpo, linguagem sussurrada
Rasgava o corpo, amor tresloucado
Rasgava o corpo… Minha amada
Respiravamos…
Ou…
Amavamos…
Desabafo de alguém que não cala
Rasgos ou fluxo da vontade
Rasgos ou ausência da verdade
Sonhos ou realidades… Da minha sala

José Alberto Sá

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