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quinta-feira, 14 de março de 2013

És cada traço


És cada traço

É na aresta do pecado
Que me sinto cativo
Preso pelas frestas do amor
Onde me sinto montado
Algemado num mundo atractivo
Como as curvas da tua cor
Mãos carinhosas
Dedos em rotação
É o prisma, o reflexo
De duas almas viscosas
Suores sem complexo
Vulcão
É na tela que atiço o pincel
Cores de luxo
Cores translúcidas, tons pastel
Que me levam ao teu repuxo
És o traço por onde tremo
A curva por onde quero deslizar
E no sugar do óleo, eu gemo
Grito, na vontade de pincelar
É na aurora das cores, que eu sentia
e ela gemia
Meu lápis aguçado
A rasgar a pele… Na afia
O doce pecado
Em traços que absorvi
Teu corpo, teu olhar
Teu sorriso à luz do pintar
Meu vício… é por ti

José Alberto Sá

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