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quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Sou nada


Sou nada

Quero me esconder debaixo de um paralelo
Daqueles que estão cravados no meio da rua
Quero me diluir em tinta, em tons de azul ou amarelo
Daquelas cores que servem para tatuar a carne crua
Quero ser diferente
Debaixo do paralelo seria perfeito
Pintado a duas cores seria bicolor
Queria ser somente
Diferente do paralelo que me causa a dor no peito
Uma pedra que sempre me tortura com a mesma dor

Este mundo onde vivo

Mundo de paralelos sem cérebro
Que mesmo assim... Ficam por cima de mim
Mundo de tinta sem cor
Que mesmo assim... Pintam as flores do jardim
Não interessa as pedras que atiram
Não interessa as cores que nos pintam
Interessa sim... Que eu viva debaixo da pedra... Pobre de mim
Interessa sim... Que me pintam de mil cores...
Camuflado com os que gritam

Neste mundo onde vivo

Quero me esconder debaixo de um paralelo
Pelo simples facto de já não ter cor
Quero me diluir em tinta para que não me vejam
Ser uma das cores do arco-íris... Pode ser o amarelo
Ou ser a pedra do mar, do rio,
mas não ser a pedra dos loucos que me apedrejam

Mundo de loucos onde vivo
Este mundo de pedras ricas
Onde os pobres se escondem, sem um abrigo
Onde eu não fico, sabendo que tu ficas

Tu mundo onde eu não vivo

José Alberto Sá

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