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quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Crava-te em mim


Crava-te em mim

Crava-te em meu grito
Vaza-me até que me esqueça que existo
Crava-te para que renasça
Sito-me vazada ó bem-dito
Bem dito fruto, meu chão, meu xisto
Quero servir-te na doce casta
Sou a perfeição de quem me vasa
Momento de puro amor
Êxtase de anjo, deus com asa
Cortiça, montado, louvor
Vaza-me e sente a bolha
O suor que escorre
Vontade que não morre
Se me tapas máscula rolha

José Alberto Sá

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