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quinta-feira, 10 de maio de 2012

No escuro iluminado


No escuro iluminado

Recolhi-me no meu quarto
Fechei a porta
Não queria perturbação
Sentei-me, chorei, estava farto
Que importa!
Chorei pela emoção
Cada lágrima caída
Uma saudade desmedida
Fechei a janela
Corri a persiana
Ficou escuro, chorei por ela
A menina que me ama
Deitei-me no chão, olhei o inexistente
Abri os braços e senti
Frio e dureza
Um fresco indecente
Tacteei o chão, nada pressenti
E tive uma certeza…
O amor é sofrido
Incompreendido
No escuro imaginei uma estrela
Queria que me iluminasse
Uma claridade ou o desejo,
de a sentir, tê-la
E que no chão duro ela ama-se
Uma hora passou
Levantei de cara horrenda
Olheiras de dor, por quem me amou
E no acender da luz a emenda
A pura verdade
Estavas ali!
A saudade…

José Alberto Sá

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