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segunda-feira, 14 de maio de 2012

Gravada em mim


Gravada em mim

Tenho-te gravada em mim, menina de longe
Sinto-te a cada segundo dos ponteiros do meu pulsar
Sou um prisioneiro do teu convento, onde sou monge
Enclausurado só para ti, menina do mar
Até no vento que sinto, teu cheiro me devora
As árvores bailam com o vento, o teu sorrir
O rouxinol chilreia o teu cântico, que me namora
As nuvens passam baixinho parecendo cair
E eu tento-as agarrar, imaginando-te voar
No caminho junto ao rio, vejo-te passear
De mãos dadas com as flores, num beijo de abelhinhas
Vejo-te correr sobre as searas, lindo bailar
Fazendo-me lembrar o voo das andorinhas
Tenho-te gravada em cada momento que vivo
Já não caminho sem teus passos
Já não falo sem que estejas por perto
Sinto-te apertando a cada respirar, como em mil abraços
Sinto-te na minha prisão, um campo aberto
… O meu coração
Ao olhar o mar, em cada onda te vejo, uma sereia
No céu azul te sonho e te agradeço a imensidão
No meu corpo te sinto, deslizar em cada veia
Por isso estás gravada em mim, como se fosses uma canção
Oiço-te cantar todos os dias até ao adormecer
Timbre suave que me arrepia
E no escuro da noite ao deitar, vejo-te aparecer
E comigo dormes gravada na minha alegria

José Alberto Sá

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