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sexta-feira, 11 de maio de 2012

Águas corridas


Águas corridas

Choras por entre raízes água de mil fontes
Água do céu, que ao chão cala
Gritas húmida na cor de prata
Sensações límpidas vinda dos montes
Terra de lodos, que à cede fala
Segredos teus… Peço que me contes
Translúcida…
Cortina de rendas transparentes,
em tudo farta.
Vaidade fria, vaidade pura
Vertes virgem pela escarpa
Água cristalina que a alma cura
Translúcida…
Peço-te… Canta…
Amo ouvir-te cantar
Peço-te… Dança….
Adoro ouvir-te vibrar
Sinto o teu chamamento,
quando queres que te beba
Olho-te e me apetece saborear,
desejando que tua humidade me conceba
Numa luxúria que acabe no mar
Translúcida…
Fonte de quantos namoricos
Água de pobres e ricos
Vejo por entre teu corpo a nudez
Bebo e minha boca se consola
Um saborear de caprichosa timidez
Revolto-me ajoelhado querendo beber-te,
como quem pede uma esmola
Translúcida…
Água feminina de bailado em pontas
De saia rendada, mostrando o interior
Bebo-te na sede que me despontas
Bebo-te na sede de um louco amor
Fonte que me banha
Em águas de perfumado elixir
Dentro de ti, uma vontade tamanha
Num banho de abraço… O meu existir

José Alberto Sá

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