Terra
Eu vivo…
E quis saciar-me da terra
Das minhas mãos fazer um crivo
Descer aos confins da mente
Subir ao cimo da serra
Penetrar os dedos na terra como semente
Agarrar de mãos suadas
Sentir-me sujo, mas livre
Apertá-la… Deixando alguma escapar
Por entre dedos
Sentir emoções jamais imaginadas
Sensação de poder que nunca tive
Sem medos…
Na terra, no céu e no mar
Eu vivo…
E quis apaixonar-me pelo mundo
Meus dedos enterraram bem fundo
Nas entranhas da minha vida
Desci minhas mãos sem medida
E devorei o máximo de terra castanha
Terra de odor e essência
Terra sem manha, quanta paciência
No atorar de gente estranha
Eu vivo…
Sinto-me altivo
Na terra que agarro, poeira
Na vida que quero, canseira
Por isso a tenho nas mãos
Aperto-a como se fossemos irmãos
Terra que me viu nascer
Terra que me verá morrer
Minha terra, minha vida, meu ser
Eu vivo…
José Alberto Sá
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