Castigo-me
Sentado no canto
Senti o frio do chão
Estava descalço com pés de santo
Um aperto no coração
Doía o encostar de cabeça
Numa dor sentida
Num frio da vida
Medo de que eu enlouqueça
Em vontade pesticida
Ali parecia... O meu umbigo
Fechado, secreto, esquecido...
No canto da memória esquecida
Réstias do meu corpo em castigo
Sozinho no dobrar da esquina
De uma parede sem tinta
Chão áspero de rugosa saliência
Ausência de adrenalina
A tudo... Abstinência
Sentado no chão gelado
Quis sofrer por um bocado
...
Quando levantei...
Senti-me outro ser
Perdoado pelo Senhor... Meu Rei
Que me ajudou a esquecer
As loucas vontades da mente
As loucas palavras que dizia
Os loucos pensamentos... Ciente
Os loucos gestos sem alegria
...
Sentado pedi até à exaustão
Que erguido soubesse caminhar
Caminhando de coração
Perdoado para amar
Sentado no chão... Perdoado
Levantado e amado
Para andar...
José Alberto Sá
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