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quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Pelo amor


Pelo amor


Sentei-me na escada

Olhei o chão

Sem forças, mente pelada

Sem o sentir de meu coração

Pedra cinzenta

Mosaico lilás

Pensei no oito e no oitenta

Mudanças que a vida nos faz


Senti frio, arrepio, nudez

Sozinho, perdido em pensamentos

No que a vida me deu,

o que a vida me fez

Sentado desabafando tormentos

Pensei nela, menina de longe

Menina do mar, menina da terra

Por ela me enclausuro, vida de monge

A loucura da minha guerra


Amo-a loucamente

Sofro sem saber que fazer

Adoro-a de amor consciente

Quero-a tanto, não sei descrever

Sentado descansei

Ganhei forças para me erguer

Teria de continuar o que comecei

Amar o mar, o meu ser


Levei os olhos ao céu para sorrir

Saber que sentado parei

Saber que a escada é de subir

Pois se descer sofrerei

Ajudem-me, peço

Estendo a mão de sofredor

Ajudem-me, eu me confesso

Só aguento pelo amor


José Alberto Sá

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