Moço
Sou do campo
Sou o aroma do centeio
Aroma do pão da mãe, encanto
Sou da terra encharcada, meu recreio
Sou terra onde enterro meus prazeres
Sou da terra regada
Sou o alvorecer, da terra de mil saberes
Dos campos de milho, terra amada
De roupa amarrotada, herdada da vida
Dos campos onde nasci
Da terra que me cultiva
Terra que nunca desiludi
Pulso firme no tirar da água do poço
Vê-la correr regos fora
Qual rio correndo, no tempo de moço
Tempos que foram, saudade de agora
Meus pés na lama foram raízes
Calos nas mãos, da minha sachola
Sou do campo, dos tempos felizes
Das recordações que a mente consola
O fumo anunciava, saído da chaminé
O estômago anunciava ruidoso
Pedia o pão, pedia o queijo e o café
Sou do campo, moço vaidoso
Sou do campo de sorrisos e afectos
Sou o recordar da memória, minha revolta
Sou do campo, no recordar aos netos
Um tempo de moço, que já não volta
Sou do campo
Sou da terra
Do mar meu encanto
Do sol e da serra
José Alberto Sá
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