Chamamento
Senti vozes, terrível
Inimigo sem nome, inferno
Hostes do imprevisível
Palavras demoníacas em meu caderno
Só as senti, não dava para ler
Desordem nos sentidos
Vozes do meu ser
Ventos que me arrastam, perdidos
Gemidos...
Caminhos estreitos, dominadores
Caminhos sem fim, compridos
Vozes de chamamento, amores
Vozes que me cegam o entendimento
Palavras de desobediência
Escritos sem tinta, sem consentimento
Vozes sem consciência
Sinto-as, vozes invisíveis
Sinto-as como feitiçaria
Gritos perdidos, talvez credíveis
Vozes que me chamam, todo o dia
Vozes que manipulam meu espaço
Raios de luz, sem reflexo
Medos das palavras que não faço
Palavras abstratas, sem nexo
Senti vozes que me quiseram
Senti vozes que me abandonaram
Senti vozes que adormeceram
Senti vozes que me amaram
Vozes que recebo
Vozes sem norte
Vozes que não escrevo
A minha voz é mais forte
José Alberto Sá
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