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terça-feira, 4 de outubro de 2011

A espera


A espera


Debruçado no parapeito da janela

Eu te esperava

O dia sorria em tons aguarela

Paleta de mil cores

Eu te aguardava

No reino das flores

Senti aquele arrepio, algo adocicado

Senti o cheiro sensual de maresia

Misturado com ânsia de apaixonado

Eu te queria

Meu aroma do campo, alecrim

Senti algo que me rasgava

Aconchego que senti dentro de mim

Eu te amava

Mas não te via, nem sinal

Simplesmente, assim eu desejava

Senti que apenas sonhava

No meu instinto carnal

Eu te adorava

Debruçado olhava desesperado

O aroma que sentia

Teria de vir de algum lado

Eu te queria

Fechei os olhos, para me sentir penetrado

Senti-te tão perto, vieste no vento

Amei-te ali debruçado

Quanto desejei aquele momento

Amar-te-ei se assim tiver de ser

Quiseste-me amar em segredo

Foste embora sem eu te ver

Debruçado na janela do meu medo

Do meu enlouquecer


José Alberto Sá

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