Um dia...
A idade... Come a vida
Acordei... Um dia a menos
Adormeci... Um dia a mais
A hora corre, em mim acrescida
Amemos...
Rezemos...
Conto os dias, não são demais
Já quase vi tudo... Que mais
As mãos estão sujas... De tudo
O cheiro todo... Conheço
A idade... Caminhos reais
Do tempo que não mereço,
ser pobre ou ter canudo.
Minhas veias estão cansadas
Minhas pernas tremem... Sofrer
Meu coração em badaladas
Dizem-me que vivo pelo bater
À noite tudo pára... Mas continua
Meu corpo cai inerte
Adormeço e viajo ao mundo da lua
E não há quem me aperte
Meu corpo atira-se para o fim
Meu filho cresceu... Depressa
Fiz tudo... Para o que vim
Deixo em terra outra remessa
A cidade não pára
O mundo não me conhece
Igual aos outros fui... Na vida cara
Igual aos outros vou... Assim acontece
José Alberto Sá
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