Meu grito
Não posso chorar...
Quero sim rebentar o meu sofrer
Vontade de desabafar
Abri a minha razão, abrir o meu ser
Recordar somente...o que já se sabe
E dizer que a bondade
Já cá não cabe...
Fazer-me ouvir...num grito
Porque as lágrimas já ninguém lê
Já ninguém vê...
Que o mundo está aflito
E já ninguém crê
Não posso chorar...
Só posso ter pena, ter raiva
Ter vergonha por não lutar
Ter vergonha de me sentir canalha
Quanta pobreza...e eu...nada
Quanto sofrimento...e eu...nada
Quanta injustiça...e eu...nada
Já nem tenho certeza
Já nem tenho conhecimento
Odeio minha preguiça...vida danada
Tudo morreu...para quem nada tem
Tudo falhou...para quem é importante
Nada já conta...mundo refém
Não posso chorar como um infante
Não posso gritar...sem medo
Não posso saltar de alegria
Olho triste a cruz...rezo um credo
Minha fé num amanhã de harmonia
Queria chorar sorridente
Rebentar minha revolta
Chorar para toda a gente
Jesus! Meu Deus...volta!
José Alberto Sá
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