Caravela
A luz vermelha me piscou
Na escuridão caminhei
Passadas descalças, que a noite apagou
As passadas que dei.
Que o farol iluminou.
Senti o perfume afrodisíaco a canela
Das ondas que em meus pés rebentaram
Fechei os olhos…naveguei de caravela
E as tuas ondas me levaram
Naveguei até ti…
Queria o teu mar aconchegante
Naveguei por tempestades e não te vi
Queria abraçar-te, ser teu amante.
O vento trazia consigo, finos cabelos
Que me acariciavam
Estremeci…eram tão belos
No pescoço me beijavam
Ancorei para te procurar
Deitei-me na areia de cansado
Apertei os grãos para sentir o teu mar
Por quem me tinha apaixonado.
Adormeci no teu colo de maresia
Senti dedos tocarem de suave
Senti carinho, doçura…alegria
Senti-me levitar, voar…ser uma ave
No ouvido o vento sussurrou
Escutei…
Alguém em palavras me amou
Também amei…
Abri os olhos, acordei
Olhei em volta na procura,
do sussurro que escutei
Perdido nos ventos da minha loucura.
José Alberto Sá
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