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sábado, 27 de agosto de 2011

Sem salvação


Sem salvação


De toalha na mão eu sacudi

Numa dança, como quem lança

a corda ao animal

Ela estava ali

Tagarela e cheia de confiança

Mas em fase terminal

Estava cansada

Escorregou descontrolada

Tinha levado uma verdoada

Tentou agarrar-se, mas nada...

Nada a conseguia parar

Caiu na água, que ali borbulhava

Nadava, rodopiava e se cansava

E eu assistia parado

Nada...nada...

Nada fiz, nada queria fazer

Eu só me ria de vê-la sofrer

Agoniava, barafustava, tentando sair

Não havia onde se agarrar

E eu...nada...

Nada fiz para a salvar

Era o fim

Estava caída no abismo

Desistiu de tudo, parou

não mais lutou

Então, aí sim...

Liguei o autoclismo

E vi a mosca desaparecer


José Alberto Sá

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