Sem salvação
De toalha na mão eu sacudi
Numa dança, como quem lança
a corda ao animal
Ela estava ali
Tagarela e cheia de confiança
Mas em fase terminal
Estava cansada
Escorregou descontrolada
Tinha levado uma verdoada
Tentou agarrar-se, mas nada...
Nada a conseguia parar
Caiu na água, que ali borbulhava
Nadava, rodopiava e se cansava
E eu assistia parado
Nada...nada...
Nada fiz, nada queria fazer
Eu só me ria de vê-la sofrer
Agoniava, barafustava, tentando sair
Não havia onde se agarrar
E eu...nada...
Nada fiz para a salvar
Era o fim
Estava caída no abismo
Desistiu de tudo, parou
não mais lutou
Então, aí sim...
Liguei o autoclismo
E vi a mosca desaparecer
José Alberto Sá
Sem comentários:
Enviar um comentário
Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.