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sexta-feira, 29 de julho de 2011

As rugas

As Rugas

Sentado no banco sem poder
Esperando o tempo que passa
Vendo o vazio das horas
analisando o sofrer
Sentado e moribundo, qual carcaça
Olhos encovados…já não choras
Sentado no silêncio da dor
vergado e rejeitado
Sem ninguém, sem amor
O mal amado
Velho, trapo, que já não prestas
Qual porta gasta, sem arestas
Uva pisada, caída no chão
Cigarro no lábio…só morrão
Velho mendigo sem valor
Sentado espera que o chamem
Não para lhe darem amor
Mas companhia e uma flor
Sentado ali, querendo novamente
ser menino
Deixando na terra sua semente
Velho por ter lutado
Pelos jovens, em seu ensino
Por quem agora é abandonado
Porquê?
Não se vê?
É velho, não presta
A vida é assim,
é tudo que nos resta.

José Alberto Sá

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