O voo do vento
O vento sopra, sinto a brisa.
Ouço o zumbir na vidraça
um timbre belo, suave
que não martiriza…
só se sente.
Tive vontade de o ver, espreitar
fazer com que me tocasse.
Vento de alegria, minha graça
ele não mente
ele passa, sabe voar.
Abri a janela e senti
como foi bom o seu tocar
fresco na pele, num arrepiar.
E ele voa, ele vai, eu o vi
abri os braços para abraçar,
ele vem, ele deixa,
eu sonhar.
Fechei os olhos para não ver,
imaginei pássaros no ar
penas no céu.
Queria acreditar, queria eu ser
e acordar em pássaros que fossem eu.
Abri os olhos, o vento lá estava
e pássaros no céu voavam.
Já não sonhava, penas não haviam
mas voos rasavam,
pássaros sorriam, no vento que sentia
acenei-lhe com a mão.
E logo percebi a razão
do porquê do vento,
que me tocava
Era o amor e beleza
e o meu coração agradecia
poder viver numa certeza
de que a vida não morria
e sem lamento eu o amava
como amo a natureza.
E mesmo sabendo que nada sou,
e que voar no vento não vou
serei da terra com certeza.
José Alberto Sá
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