A lágrima
Conheci o outro lado,
o sofrimento e a dor.
Meu corpo treme, desorientado
terramoto devastador.
Rebolando neste remoinho,
por falta daquele amor.
Pic…, Pic…, era o que ali ouvia.
De mente fechada, de luz apagada,
que só a claridade sabia.
Que nada mais via ou sentia.
Cruzei os dedos e de mãos erguidas…
Eu Lhe pedia, eu Lhe rezava.
Pic…, Pic…, tudo se repetia.
O barulho que ouvia, eram lamento,
em tudo que ali pedia,
em tudo que não merecia.
Não sei se aguento!
Ferrei o lábio, apertei os dentes.
Nervos angustiantes, tormentos.
Pic…, Pic…, nada se alterava.
E na folha onde escrevia,
a tinta desaparecia,
dos Pic’s que a lavava.
Perdido e no momento sozinho.
Vontade louca de partir, ir embora.
Desabafei, desafoguei, como menino.
Não tendo vergonha de dizer,
que um homem também chora.
Pic…, Pic…, meu sofrer.
Mais uma lágrima tombou,
fugindo de mim, da saudade.
Do homem forte, que já não sou.
Verdade.
Reflecti deste momento triste,
senti algo que ainda resiste
muito para além do meu mar.
Do sol que sinto,
da minha honestidade.
Não ter vergonha de chorar.
Pic…, Pic…, de saudade.
José Alberto Sá
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