Minha terra, terra de sonhos
Minha terra se enche de silêncios e
alvoradas.
Tem o cheiro de pão quente da minha
mãe
e o vento que canta nas copas das
árvores.
Tudo se tatuou em mim.
E o tempo caminha, sinto nos pés
descalços sem pressa,
e cada passo é mais uma palavra que
escrevo,
aquelas que se transformam em
histórias que o mundo esqueceu.
Aqui, não existem muros que separam,
somente abraçam.
Aqui, não existem janelas que
escondem,
elas tudo me revelam.
Aqui, os olhos que passam carregam o
brilho,
naqueles que tal como eu, ainda
acreditam.
A minha terra é sonho tecido em meus
braços,
e moldado neste coração de esperança.
É igual ao riso das crianças que
correm nos campos,
igual aos murmúrios das senhoras,
que bordam o tempo com agulhas de
saudade,
na soleira da porta.
Na minha terra, o céu se deita sobre
os campos
como um lençol bordado de estrelas,
e a lua, cúmplice, escuta os segredos
que só eu guardo,
neste coração que a entende.
A minha terra não é só um lugar, é
sentimento,
é raiz que eu vejo, que estas mãos
sustentam.
É abraço que não se desfaz,
mesmo quando o tempo ameaça e faz
doer.
A minha terra tem mil sonhos, e eu,
tenho mil realidades acordadas em
mim.
Todas as perguntas quase impossíveis,
são respondidas com o amor possível.
O amor que tenho deste lugar, o amor
que sonhei,
o amor que sonho e o amor que realizo
para ficar.
José Alberto Sá




