A noite
Amo a noite como
ninguém, amo olhar o céu, dançar com a lua e desenhar com a íris dos meus olhos,
mulheres nuas nas estrelas.
E quando danço, ergo
os braços e sinto o vento, na ponta dos dedos a brisa arrepia-me e imagino-me a
dançar nu.
É aí que deixo
esculpir no chão a carne, o sexo e continuo a dançar.
São tantas as vezes
que a humidade sacia a diferença, entre a dança e a pele que copia o ventre
desconcertante.
Amo a noite como
ninguém, para beijar os fenómenos da inspiração e aí fenómeno a fenómeno a
emoção escorre, a íris não nega, meu corpo não fica, meu olhar não desvia e
tudo é lua, tudo são estrelas, tudo é poesia… Eu danço e amo a noite…
A terra sente o
vibrar, desenrola-se movimentos e arqueiam-se corpos nus, imensos são os desafios
às leis da gravidade, sinto abertos os caminhos do amável, sinto estremecer o
inquietante, sinto o jorrar pela noite e vejo estrelas, a lua e o céu. Todos
expostos ao escuro dos outros e à luz de quem sabe amar a noite como tu e como
eu.
José Alberto Sá
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