Está frio no mês de
Agosto
Daqui assisto a um frio
que vem de ti, não sei porquê…
Mas está frio dentro
de mim.
O vento que levas faz-te
voar os cabelos e me mostra o nu de uma direção sem rumo.
É vento que sopra, é
chama sem fogo… É fogo sem fumo.
É frio que passa, que
passa e não fica… Que fica e não quer, um vento que sopra, que sopra mulher…
Daqui assisto ao
desejo, ao beijo que vai, que voa no vento, que grita no tempo, num tempo que é
frio… Um frio sem fim.
E dentro de mim,
faz-se calor de um gelado ardor, que voa faminto no frio que sinto.
E o meu corpo está consciente,
da mulher que voa no vento e sorri de contente…
Daqui assisto ao olhar
em lágrimas, aos olhos que choram perdidos e se devoram, por não saberem que o
frio que sinto é amor.
Daqui assisto ao
limite da minha temperatura, não estás, não és, não queres, não vens…
E está frio como nunca
senti, de um vento que voa sem sustento e vem de ti.
Está frio no mês de
Agosto, o calor é personagem, para alguns miragem, para mim ancoragem… Num frio
em mim posto.
José Alberto Sá
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