Uma mentira!
Hoje quis mais uma vez
ser im(perfeito), deixar fluir o grotesco que existe em mim…
Quis pela manhã sentir
o horror que me provoca, o despertar do meu relógio…
E levantar-me com o
alarme a desejar-me bom dia!
Quis de novo olhar o
espelho e abominar-me com a remela nos olhos, os meus olhos pequenos…
Atirar água na cara e
molhar este monstro capaz das maiores atrocidades que conheço!
Abro a boca, esfrego
os dentes e espumo… O Mentol e Eucalipto escorrem-me pelos cantos da boca!
Mais água… E o
chuveiro é louco! Salpica-me, hora quente… Hora fria… A água que me alerta!
E eu já quase
acordado!
Nu! Completamente nu!
A im(perfeição) branca e capaz de fazer asneiras!
Julgo-me incapaz de
dormir novamente… Visto-me de trapos rasgados aos quais chamo de moderno!
O cinto aperta-me a
feia cintura, já quase tenho um processo instaurado ao corpo que me faz
caminhar! Obriga-me a coisas incríveis!
Não quero… Não quero
mesmo…
Mas a força me leva ao
Gel no cabelo, fico mais… Remelento, mais lambido!
Depois o triste café,
negro, moído, que só adoça com açúcar! Uma tosta, pão recesso, o qual me faz
sobreviver…
Depois…
Não quero… Não quero
mesmo…
Mas tem que ser!
Vou trabalhar! Aí sou
um ser na perfeição, dou o litro, o suor e desfaço-me na personagem que
interpreto… Sou um bom ator…
Hoje quis ser
im(perfeito) e contar o meu acordar… Detesto acordar a ouvir o horror do meu
relógio… Vivo assim nesta im(perfeição)… Perfeita da minha vida!
José Alberto Sá
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