Rebentam bombas
rebentam bombas no meu caderno
vejo os estilhaços de pau, de um
lápis obsessivo
já nada invento para lá da pólvora
que arde,
neste tempo que não pára,
como se fosse água bloqueada, na rede
de um crivo
crivando a pureza antiga, deste
pensamento moderno
…
rebentam as bombas no meu caderno
naturalmente, as folhas já não me fogem,
nada é tão natural, como sentir a
união de um livro
quando o diálogo é entre a voz e o
ouvido…
ou…
o amor entre um lápis e uma folha em
branco
que amo ver a arder, a rebentar como
bombas
desejosas de coitos e gemidos
folheados
bombas num caderno a arder, por dois
apaixonados
o meu lápis e meu caderno!
e esta guerra, eu amo… E amo tanto
José Alberto Sá
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