Onde
estás?
Não
sabes sequer que sangro dos pés, dos passos que dou e não te encontro.
Tu
não sabes…
Não
sabes que me escondo no meu casebre, onde somente o aromático cheiro a chá de camomila,
me faz olhar o céu e acreditar que vale a pena, esperar por ti.
O
chão é soalho frio e cor marron, o chá doce e quente é fogo na minha mão, que
me leva aos lábios que amo sem baton.
Tu
sabes… Mas…
Tu
não sabes…
Não
sabes as vezes que olho o relógio, somente para sentir os ponteiros deslizarem,
poder imaginar que o tempo passa e passa depressa!
E
que nesse tempo possas abrir a porta para que te chame: Vem bebé… Vem… Estou
aqui.
Aqui,
é a vontade de ouvir a tua voz… Erguer este meu fado triste e cantar em vez de
chorar…
Tu
sabes… Mas…
Não
sabes…
Não
sabes, que o teu rosto é quem me segura, as tuas poesias são quem me atura e a
tua beleza é na verdade a mais pura…
Tu
sabes… Mas…
Não
sabes, que me sinto órfão desse teu olhar, do teu sorriso… Não sabes que sou
moribundo, perdido pela louca e bravia vontade do teu corpo…
Não
sabes, mas estou imóvel, já nada existe no meu casebre… O fogo não tem lareira!
O
chão foge-me dos pés, o relógio já não conta e o meu chá esfriou…
Tu
sabes… Mas…
Não
sabes dar valor ao que eu sinto… Sorris onde vais, sorris mesmo que triste,
sorris mesmo que na vontade amarga da vida… Sorris mesmo na despedida!
Não
sabes que sangro dos pés, dos passos que dou e não te encontro…
José
Alberto Sá
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