Que vêem?
Que vêem os olhos,
que se desnudam vestidos de
verde
Que vêem ?
Que vêem os olhos que choram
Que gritam na solidão da
parede
Que vêm os olhos…
Em lágrimas com sede
Que vêem?
Que vêem eles na triste cor
do soluço,
que me aperta
Que me sufoca a garganta
calada
Que vêem?
Que vêem os olhos…
Quando o que vêem é nada!
O que nada têm…
Que vêem?
Que podem ver, os olhos que
se abrem ao frio
Que se fecham ao medo
Que vêem?
Que vêem os olhos sem brio
Que vêem os olhos neste
enredo
Que vêem?
Que podem sentir os olhos
alagados…
O que podem ser?
Os olhos amargurados, olhos
abandonados
Que querem estes olhos que
vêm,
os que nada têm?
Os que vêem o tudo… A nada
ser!
Que vêem?
Com certeza nada! Vêem vinho
sem mosto
Esse nada que cega este
poema!
Que pena… Que a luz dos que
têm
É cega aos olhos verdes do
meu rosto…
José Alberto Sá
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