Sou
pedra (executo-me)
Por
vezes… Sou pedra derretida em deslizares de intensa luminosidade, luz negra,
aquela luz ou parte que nos fere a sensação de querer, como quem desnuda um
mamilo e não lhe toca… Somente se derrete.
Eu
derreto-me nas palavras… Para aldrabar o que penso, para ultrapassar o que me
escapa, para negar a verdade do que vejo… E vejo tanto…
E
aquela luz que brilha ao me olhar, não consegue falar, somente foge pelo mundo
da imperfeição, pensando ser o mundo perfeito…
O
mundo belo, fácil, suave… Não…
Não
existe um mundo assim… A luz é nevoeiro que vejo num olhar do outro lado…
Aquele lado sem palavras onde se sofre…
Sou
assim pequeno… Tão pequeno que me imagino nunca alcançar… Sabendo que tudo está
ali… Vazio ou cheio de amor que desejo…
Escrevo…
Executo-me em painéis de papel… Onde versos ou prosas, são espinhos ou rosas…
Sou assim… Em tudo que escrevo, se te vejo num mundo de fantasia… Um mundo que
não existe, onde o teu sorriso se imagina a única, assim também eu te imagino,
única e minha… Incompleto nestas palavras, executo-me aqui… Escrevo.
José
Alberto Sá
Sem comentários:
Enviar um comentário
Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.