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terça-feira, 17 de junho de 2014

Violento Governar (Parte I)

Violento governar (Parte I)

Violento é o tempo que passa e me faz recordar, que agora o vento regressa num tempo com pressa de ser violento…
É na escarpa da vida, é no abismo que passa o vento sofredor, pisa o monte, pisa a terra… Pisa o tempo… Pisa o amor.
E a voz que o vento leva no seu zumbido… É tempo sem tempo para agora, num vento sofrido, num tempo que demora, a ser vento de abrigo.

Violento é o vento, como violenta é a palavra de quem governa… Tempo de uma escrita sem flores, sem arvoredos, sem cores… Sem ramos floridos… Ventos esquecidos, como palavras vestidas com nossos medos…

Violento é o poder… Daqueles que nos querem corroer… Pois… Nem aqui consegui desabafar… Porque eu… Não consigo ser violento… Não sou vento, nem sou tempo para mandar… Sou candura…Sou da terra de quem lavra… Sou amor, sou abraço… Sou palavra.
Palavra pura… E o vento… O vento é tempo que passa e me faz recordar… Que num tempo que mesmo violento, ainda se consegue amar.


José Alberto Sá

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