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terça-feira, 10 de junho de 2014

Preso a ti na arte de amar

Preso a ti na arte de amar

Prendo-me para sentir a pele polir e afiar a arma que se acha pronta a disparar… Passo uma mão pela parte que acho artista e com a outra mão declamo em teu palco.
Quero sentir cada pedaço essencial, os seios que atuam… O monte de vénus que aplaude a chegada do meu sorriso… Mesmo antes de me prender…

Prendo-me nas paredes ásperas e trepo… Sinto-me gato de um reino chamado paraíso, aguço as unhas que retraio, não quero ferir… Somente polir antes de afiar a arma… Passo um dedo pela camisa e conto as casas onde habitam os botões… Mais um dedo se mistura na festa e desato… Desato a simples existência da melhor obra… Da melhor sensação que existe ainda antes de polir…

Suave… Fantástica maravilha a quem chamo de arte… Pois a arte é a escultura nua que preencho de beijos… Abraços… Suspiros… Gemidos… A arte feminina, doce filigrana que brilha ao criador… Somente para me desinquietar e me levar pelos campos de algodão plantados no céu…

Ah obra milagrosa que amo esculpir… Arte que me leva a afiar a arma nas voltas do êxtase… Amo tornear… Beber pela fenda de uma lasca retirada… Aquela seiva que se mostra após a obra polida… Prendo-me para sentir a pele polir… Ah arte… Ah mulher que me consome… E me prende na arte de amar.


José Alberto Sá

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