Preciso
de ti
Gritei
por instantes um desabafo, um sentimento que deambula pelo labirinto da razão,
a razão são as luzes opacas de um olhar distante.
O
labirinto de chamas que queimam o interior do meu corpo, que ali gritou… Num
som bloqueado pela vontade de ti.
Gritei
de punhal em punho, cortei as amarras do involucro… Gritei palavras acesas para
que iluminassem as folhas brancas que rabiscava… Gritei…
Olhava
o punhal a meu lado, ele escondia o arrepio, escondia a voz, escondia o olhar,
o pensamento… A razão…
Escrevi…
Soletrei
cada sílaba que ia escrevendo, cada letra que salpicava sobre as linhas, eram
doces, belas… Virgens…
No
meu grito soltei teu nome… Teu nome… Gritei antes de ser expulso, sabia da tua
vontade… Abrandei o punhal… Coloquei-o sobre a almofada do meu coração, deixei
que o gume brilhasse no meu vermelho… Vermelho é o meu grito…
Tirei
a roupa como quem escama um peixe… Quis sentir o frio, o indivisível de ti…
Abrandei as lágrimas e imaginei-me em gritos sem eco… Tu… Tu não vinhas…
Abrandei
o impulso pelas entranhas… Queria-te… Queria-te no meu grito…
Gritei
para não mais esquecer o som… O som sem morte e sem vida, somente o teu nome… O
teu nome…
O
teu nome… O teu nome… Que gritei…
José
Alberto Sá
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