Triste
A lágrima cai…
Desliza pensando em se
soltar, cair no chão para sonhar
E deixar um rosto seco a
sorrir…
Uma cara de boca trémula e
olhos humedecidos
Não consigo…
Já não me lembro de sorrir!
Outra lágrima cai…
Para percorrer o mesmo
caminho, cair no mesmo chão
e abraçar
A outra lágrima, sua irmã…
Ontem chorei… Hoje choro…
Lágrimas que não quero no amanhã
Há pouco… Falei em sorrir…
Sorrir… Como? Não consigo
Lá fora, sem que eu veja…
Caminham sorrisos na rua
Cá dentro… A vontade é
partir… Fugir contigo…
Contigo a navegar em mais uma
lágrima nua
Por mares de lacrimejantes de
alegria sem sal
Há pouco, falei em sorrir…
Não foi por mal
Eu não consigo…
Detesto o mundo hipócrita…
Que sorri sem saber dos outros
E os outros… Sou eu também…
Também lá estou
E ao sentir mais esta
lágrima…
Esta que não caiu no chão,
por ter ficado presa nas minhas palavras
Mais uma lágrima da minha
angústia, pelo que sou
Pela raiva, pelo ódio
daqueles que não sentem o frio da fome
Da miséria…
Deste mundo que um dia me
quis parir
Choro… Desculpem…
Eu não consigo sorrir
José Alberto Sá
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