Calosas… Mas entregues ao
amor
Minhas mãos
Magras
Definhadas
Sentidas em palavras
Perdidas e esfalfadas
Pedintes e amadas
Mãos do copo… Um trago
Mãos trémulas
Quebradiças
Mão de afago
Bêbedas pelo álcool da vida
Mãos que escrevem com amor
Palavras de sonho
Palavras de dor
Palavras de uma escrita
sentida
Minhas mãos
E o tempo que passa por elas,
são horas que sinto pelas
artérias do meu sofrimento
… Um tempo
Que passa na velocidade do
vento
E que, como o frio, estala a
pele
… Fel
Mãos que querem sentir… Hoje…
Pois amanhã se me levantar
erguerei ao céu
Mãos com dedos atrofiados
pelos segundos passados,
como folhas abertas em linhas
cobertas, pelas minhas mãos
A minha escrita…
Tantas palavras do meu medo,
minha dor, minha cor…
Minha vontade expressa
Conversa…
Minhas mãos em desgaste,
unhas rompidas,
letras perdidas em amores que
não conheci
Mãos que abraçam e
continuarão
Uma mão… Outra mão… Por aí
Abraçando sem parar, mesmo
que trémulas num corpo
Mãos sem folego, sem sopro…
Mas paralelas ao meu beijo
… Mãos de desejo
E agora, neste preciso
momento… Olho-as e choro
Uma lágrima… Outra… Mais uma
Lençóis de amor, ondas de
espuma
Mãos que amam, mãos que
querem saber, quem tu és,
amor meu…Onde moro
São estas as mãos que vos
mostro, as mãos que vos entrego
Tréguas que partilho desta
guerra… A vontade de ser luz
Mãos erguidas como erguidas
são as vontades da serra…
As mãos de Jesus
Estas…
As minhas mãos, que não vos
nego
José Alberto Sá
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