O azul da vida
No chão a carne rebola
impregnada
de tinta azul, que salpica na
parede
No chão desenhos de fada
Na tinta rasgada
Pelo corpo nu que rebola pela
sede
A impressão corporal…
Onde o corpo é fome de olhos
brilhantes
A vontade carnal
Que na humidade do chão
Sente o puxar de uma mão
Caída na tinta como amantes
Eles… Os corpos querem mais…
No chão a tinta se esconde na
fresta
Gozo absoluto
Risos como gemidos a tinta na
testa
Bem dito o fruto
O azul dos céus
O azul de um mar que me chama
O azul poético do pensar que
é meu
No chão de tinta que o corpo
reclama
Gestos precisos, quando a
delicada mão tapa
E ali a tinta desliza
Macio e delicado no azul de
quem rapa
E se mostra no chão de tinta
sem camisa
Na superfície o azul
sobressai
No fundo o azul se aclara
Por dentro a pureza não tem
azul…
Somente um ai
É nesta cor que me vejo e te
beijo na cara
Assim vestida de azul és arte
Sinto-me leve… O melhor
pintor
Com tinta ou sem tinta de mim
fazes parte
E o azul deste chão é o azul
do céu,
é o azul do amor
Eles… Os corpos querem mais…
Sentem suores na tinta
escorrida
A mesma que me leva ao céu azulado
Um ser apaixonado
O azul da vida
José Alberto Sá
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