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quarta-feira, 17 de abril de 2013

Em meu nome


Em meu nome

Em meu nome acontece o sonho
Consigo traduzir o amor
Palavras de prazer, de uma boca apetecível
Ponho…
Ponho na vontade da boca o beijo da flor
E suspenso, abraço com mãos do inesquecível

Em meu nome acontece a realidade
O apalpar invisível na escultura do teu corpo
Palavras esculpidas num sopro
Num beijo luminoso, por onde trepa a verdade
E ao fechar a janela, deixo de ver
De sentir
Em meu nome acontece o estremecer
Consigo emergir

Em meu nome fico de olhos submersos no mel
Por entre teu ventre
E me cego pela cera que sinto na boca
Não falo… Trepo… rasgo… Tudo se sente
Voz rouca
Gemido translúcido, seiva do meu papel
Mãos ondulando pelas vértebras da malicia
Consigo soltar gotas de saliva
Um deslizar de língua com perícia
E me entrego… Reabro-me pela intriga

Em meu nome acontece o episódio do despir
Intransponível ingenuidade aos olhos
Sôfrego escrever, palavras aos molhos
Onde me entrego a sorrir…
Consigo soltar aromas em texto
Num texto abstracto, sem pensar
Imenso texto onde nunca quis desabafar
Que o meu sonho é escrever e amar

José Alberto Sá

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